Dormir, talvez sonhar...

30.1.03

Passei uma noite de cão ontem. Não conseguia dormir, quando finalmente consegui dormir tive pesadelos, dormi de novo e tive mais pesadelos. A única parte que me lembro de um deles (terrivelmente marcante, por isso me lembro) é que eu estava apaixonada pelo mendigo do guardanapo. Ah, podem rir. Eu até rio também, mas é que vocês nunca viram aquilo de perto. Ele é podre, ele fede. Tenho nojo até de escrever o post, acho que é um daqueles para a série "vou vomitar e já volto" hahahaha.

Sonhos representam, como se sabe, o que se deseja ou o que se teme. Posso garantir que não tenho o menor tesão por aquele ser asqueroso. O que o sonho simboliza é o medo de ficar pobre. hahahahhah eu disse que iam usar Freud contra mim, mas que se froda. É tudo muito complicado, vocês não sabem o que andei pensando ultimamente, não podem entender o que se passa na minha cabeça, a menos que eu explique. Estou tentando.

Chuva demais na ilha de Ursos - parte II

28.1.03

Faz menos de uma semana que eu falei que não tinha sonhos bizarros. Não sei para que fui reclamar. O que tive essa noite ultrapassou tanto o ridículo que parece algo vindo da deturpada mente de Lewis Carrol:

Eu era um pino de um boliche humano, embora não considere meu corpo muito adequado para tal. Todas as pessoas-pinos ficavam organizadas em um circulo, enquanto os jogadores arremessavam suas bolas de todos os ângulos. Como eu estava mais para dentro da circunferência, não fui atingido nem derrubado. Os ultimos 8 pinos foram alegremente selecionados para outro fabuloso concurso. Todos sentaram-se em volta de uma mesa retangular, com um pote de uvas-sem-caroço na sua frente e tinham que acertar uns os olhos dos outros. No final sobrou apenas eu e uma mulher um pouco gorda de cabelo channel-curto, meio filme "louca obsessão". Arduamente tentávamos vencer. Entretanto eu fui sabotado e apesar de todos os intempéries [oh] eu venci.

Sim, eu venci o boliche humano e o uva-na-cara.

Free Bee

17.1.03

O sonho:

"antes desse do email, eu tive um sonho muito estranho. muito. sonhei que tinha alugado uma casa nova (porque é que estou sempre mudando de casa em sonho??), e estávamos arrumando os móveis. uma mesa escapou da minha mão e bateu no chão.... comecei a ouvir um barulho estranho, um zunido misturado com trote, que começou baixinho e foi aumentando ensurdecedoramente... como se eu tivesse despertado algo que estava lá embaixo e esse algo foi subindo... foi quando vi, por buracos na parede... saindo aos milhares... formigas... aranhas.... lagartixas... cupins... como num filme de terror. o wolf pegou uma bombinha fleet e encheu de baygon líquido, sprayava num buraco e o veneno saia por todos os buracos, matando tudo, eles caiam no chão formando pilhas. eu chorava pelas lagartixas, pensava "que pena que não dá pra salvar as lagartixas". eu gosto de lagartixas. no sonho elas não só morriam com o veneno como quando comiam aranhas mortas envenenadas. depois fui visitar uma pessoa que tinha acabado de mudar pra um apartamento novo (arrgh mais mudanças!) e fiquei presa porque começou a chover torrencialmente. fui olhar pela janela e testemunhei um crime na calçada, fiquei olhando impotente, lá do alto. me senti mal. fui fazer comida então, e errei no macarrão."

A interpretação de All about Eve:

"Seu sonho revela que em uma encarnação passada (é óbvio, não poderia ser nesta) você foi a irmã caçula surda-muda do carrasco que desceu a guilhotina no pescoço da Maria Antonieta.

Sim, Rossana, os sonhos também podem revelar as várias encarnações da incansavelmente encarnante alma humana; o problema é que nem sempre a alminha traz tantos flashes encarnatícios como a sua.

A pista da encarnação passada veio da mudança de casa. Na cabala aristotélica rosa-cruz da tribo zulu peripatética dos n'ganga-bonga-uh, a alma muda de casa a cada corporificação. Como no sonho apareceram duas mudanças, e portanto duas encarnações para trás, caímos na França na década de 1790, graças a complicadíssimos cálculos cujo desenvolvimento não cabe mencionar aqui, até porque não é meu desejo ter concorrentes no pedaço, sacumé.

Uma mesa que escapa da mão e bate no chão faz bum. O que também faz bum é morteiro. Quem costuma soltar morteiro é traficante, em dia de chegada de uma partida de droga. A droga, por uma estranhíssima inversão, é sempre culpada de tudo (quando é evidente que quem não presta é o usuário). E quem mais, na vida, sempre leva a culpa de tudo, e em geral injustamente? A irmã caçula.

Começou a ouvir um barulho que terminou ensurdecedor... Ora essa, aí está: sua alma se lembrou do dia em que você ficou surda. Fim de papo.

Bom, essa história de despertar algo que estava lá embaixo e foi subindo... Remete imediatamente à kundalini, a tal serpente que, se devidamente desenrolada, leva ao nirvana e que a galera odara do tantra usa como desculpa para suas inumeráveis orgias sexuais. Lembramo-nos, então, de Baco. Que também era o deus do vinho. Vinho é feito de uva. Uva dá em cachos. O que também pode ter cachos é cabelo, embora atualmente as peruas prefiram aquela coisa esticada, dura, seca e opaca que elas acham que é cabelo liso e que antigamente a gente chamava de pixaim, vassoura ou cabelo esticado mesmo. Que há não muito tempo era conseguido com henê, pente quente e Neutrox, elementos que hoje, tempos mais bestinhas, viraram "henna", "chapinha japonesa" e "hidratante capilar". Você deve estar se perguntando o que diabos isso tem a ver com sua encarnação de irmã caçula surda-muda do carrasco que desceu a guilhotina no pescoço da Maria Antonieta. Eu respondo: nada. Me perdi na cadeia de associações e não consegui chegar a lugar nenhum. Passemos à próxima.

Bichos e mais bichos saindo de buracos na parede remetem a uma casa, se é que posso chamá-la assim, em que morei na minha infância, mas como isso não tem nada a ver com a sua vida (a não ser que sejamos almas gêmeas com uma ligação cósmica-encarnatícia de que eu não suspeitava), vamos esquecer minha atribulada vida infantil. No caso de seu inconsciente contaminado por variadas encarnações, tais animaizinhos incompreendidos remetem a filmes de terror, como você mesma se lembrou (se está pensando em fazer concorrência a mim nesta seara, pode tirar o cavalinho da chuva que eu tenho patente e te processo!), e em filmes de terror a mocinha sempre grita. Quem muito grita fica rouco. Se gritar muito mesmo, estoura as cordas vocais e fica mudo. E aqui está outro aspecto de sua triste encarnação passada.

Wolf, e aqui dou um exemplo de minha insuperável poliglotez, é lobo em inglês. Bem como em alemão. Mas isso não tem a menor importância. O que importa é que Wolf foi o algoz dos pobres bichinhos, e algoz é o mesmo que carrasco. Mais um elemento de sua encarnação passada.

Os bichos caíam, formando pilhas no chão, e você chorava pelas lagartixas. Esta também está muiiiito evidente, cara Rossana. Como já sabemos que o sonho se refere a uma encarnação francesa da década de 1790, e nesta época a pena de morte era a guilhotina, a relação é clara. Guilhotinas caem. Os bichos caíram. Guilhotinas funcionando a todo vapor formam pilhas de cabeças naquela intressante cestinha que recolhia tais partes perdidas do corpo do pobre sentenciado. Os bichos formaram pilhas pelo chão.

Foi visitar alguém que havia acabado de se mudar, chovia torrencialmente, ficou presa, testemunhou um crime, errou no macarrão. Tenho de confessar que essa foi complicadíssima. Levou-me a dias e noites insones de meditação em Maha Janushirshasana, e Deus é testemunha do estado em que ficaram meus avantajados e lânguidos glúteos depois de tal esforço. Ainda estou manca do pé esquerdo e com uma certa ardência no palato mole. Mas concluí, e isto é inquestionável, que: chuva torrencial remete a trovões. Trovões lembram canhões, que são usados nas guerras e nas revoluções. Ficaremos com a revolução, afinal estamos na França da década de 1790. Ficou presa; onde, na Bastilha? Hmmmmm. Que interessante. Testemunhou um crime. Na época, foram muitos, em especial perpetrados contra o povo pela monarquia absolutista. Hmmmmm. Que interessante. Errou no macarrão? Que coma brioches! ARRÁ! É isso! Maria Antonieta!

Agora terei de recuperar corpo, mente e espírito para mais uma perigosa jornada pelo inconsciente tormentoso dessa gente pudica que nunca sonha com sexo, mas que merda. Eu quero um sonho erótico, ô! Vamos sonhar obscenidades, gentem!"

All A.E., todo mundo sonha com obscenidades. mas ninguém conta. mas quando eu sonhar a próxima eu te conto. prometo.
:-)))
Obrigada pela interpretaçào, saber que fui a irmã caçula e surda-muda do carrasco que desceu a guilhotina no pescoço da Maria Antonieta está me ajudando muito a entender porque eu sou como sou.
:-P

Wumanity Wide World
Sonho: recebo uma ligação de J. me dizendo que precisa de um lugar para ficar durante uns dias, e que vai trazer C. junto. Minha casa se parece muito com a que eu moro, com a diferença de que esta é 5 vezes maior e as paredes, quase todas, são de vidro. Da cabeceira da minha cama (e tem duas camas no quarto, imensas) eu vejo um jardim de inverno sensacional, cheio de árvores e plantas. Na cama ao lado J. esta dormindo enquanto C. que esta sentada na minha cama me conta uma dezena de coisas que eu não sabia e está muito animada com tudo que esta acontecendo. Eu decido sair e o carro é gigantesco, mas antigo. A cidade é um cruzamento de Gothan com a cidade de Blade Runner, com passarelas suspensas e pessoas demais. Atravesso umas ruas e chego na gráfica do meu pai, que cresceu e tem agora uns 30 funcionários. Descubro que tudo está indo muito bom, que meu pai diversificou e esta fazendo até peças de arte. Fui lá para pegar o que eu precisava e ele vem atrás de mim. Está mais jovem e magro, parece feliz. Não consigo falar nada, mas nos abraçamos e me sinto mais leve. Saindo dali eu passo por mais ruas estranhas e passarelas e descubro que toda cidade parece que foi cortada e colocada nos andares dos prédios, então tudo que existe hoje pode ser encontrado lá, mas nada mais de atravessar ruas, apenas descer de elevador e escadas rolantes. Os prédio são monumentais e tão altos que a vista não alcança. Eu consigo me perder quando pergunto para um punk rocker se aquele caminho é plano e ele me diz que aquela é a única e maior ladeira da cidade, o que não respondeu o que eu queria saber, pois eu estou de skate e quero apenas deslizar. Uma passarela, um elevador e eu decido que preciso passar na Macy's, mas a mulher do elevador me diz que pode me dar uma carona e a próxima coisa que eu sei é que estou numa praia lindíssima, areia branca que dói na vista e água azul turquesa. Eu já sonhei com este lugar. E do nada eu atravesso a estrada e estou numa balsa, a água agora é esverdeada, com Anthony Hopkins e um outro desconhecido, tentando ajudar Mel Gibson parar sua balsa tipo veneziana na nossa, mas ele parece que nunca fez aquilo e está mais preocupado em fazer piadas e se divertir do que amarrar a balsa. Todos pulamos para a balsa dele, que é genial, mas se transforma num carro imenso. No banco de trás estão 6 pessoas, todas confortáveis: Hopkins, o desconhecido, Sandra Bullock, eu, o homem mais lindo que eu já sonhei na minha vida e Brad Pitt. Tudo está indo muito bem, parece até um cocktail party sobre rodas, até Sandra fazer bico porque queria sentar aonde eu estou sentada. Então trocamos de lugar, porque eu não estou nem ai, o homem é lindo mas a viagem está interessante. Paramos e Hopkins me passa um copo alto com suco de laranja e guarda-chuvinha e debutantes, 6 delas, entram no nosso carro e todos começamos uma sessão de reclamações, porque o carro pode ser grande e confortável, mas doze pessoas também já é demais. Eu derramo metade do suco no vestido amarelo de uma debutante e explico: seu vestido é amarelo mesmo, ninguém vai notar a mancha, e é bem melhor do que eu derrubar em cima de um de nós.

s t r i p p e d

14.1.03

Cansaço. Depois de um sonho em que bolas de intenções eram atiradas como coquetéis molotóv acordo, exausta. O princípio de dor de garganta na noite de ontem, com pus na amídala, não seria o motivo das bolotas guerreiras? Vontade de me defender de alguém, de revidar, de dizer não para sempre. Cansada de ouvir o mesmo discurso a vida toda. Cansada da mãe. Cansada como a mãe. Cansada é a mãe!!!

10.1.03

Não bastasse a TPM filhadamãe e a sensibilidade à flor-da-pele, tive uma péssima noite. A segunda seguida, aliás. Sonhos turbulentos. Dessa vez, sonhei que estava com várias pessoas numa casa e Matheus estava possuído por um demônio. E somente eu tinha o poder de tirar o espírito ruim dele, mas me sentia fraca. Porque ele apertava minha mão com força e ria, e eu não sabia o que fazer. Acordei mal. Levantei, fechei a porta e voltei pro mesmo sonho às 5 da manhã. Cansada.

do ::Sorvete de Casquinho::

6.1.03

Eu tive um sonho muito estranho,com várias mensagens subliminares nele. Aqueles sonhos com avisos,recados e até mesmo que refletem algo que ta acontecendo contigo...saca?

Era uma festa. Uma baita festa. Eu acho que todas as pessoas que eu ja falei,olhei na minha vida estavam lá. Dos meus amigos atuais até amigos de infancia,passando por fotografos de festa (?!) e até pessoas que nao conheco,mas ja ouvi falar.
Era um aniversario.Não,não era um aniversario. Era o aniversario dela. é.. aquela lá mesmo.
A casa era enorme,acho que eu seria ate capaz de desenha-la. Muito linda mesmo. Tava tudo uma maravilha. Falei com pessoas especiais do passado,com pessoas novas,com todo mundo. Tava procurando a mesa de alguns amigos. Os que tenho + convivio hoje em dia. Até que achei.
Tudo normal, resolvi da uma volta...
O lance é que eu tinha visto todos,menos ela.Áté quando eu voltei na mesa que eu estava. Tava naquela hora em que a pessoa vem pra tirar a foto da mesa e tal. Eu tava no sonho como tou aqui: tentando esquece-la,e ate conseguindo.Porque ela nao ta perto. No sonho,nesse momento que eu a vi, eu fiquei cabisbaixo.(Primeira coisa: Tenho medo de ficar assim quando eu a olhar de novo). Não a cumprimentei,vejam só como eu sou.Ela tava do outro lado falando com um amigo. Quando ela falou "Vamo tirar uma foto,vcs são meus melhores amigos!" ... eu me levantei e disse que ia procurar outra amiga minha. E fui embora(Segunda coisa)
Eu nao queria nem falar,mas só de lembrar da porra desse sonho,eu fiquei meio pra baixo
Mas..continuando..
Sai e fui dar uma volta. Rodei,rodei,e por + que eu conhecesse todas as pessoas que tavam ali, eu tava sozinho. SOZINHO. Perdido, precisando de alguem pra passar um tempo comigo. Assim como tenho me sentido... Preciso de um abraço de alguem que goste de mim,mas um abraço mesmo Com vontade de falar algo que eu ja nem sei mais o que é. Tudo que eu ja falei e as pessoas estao cansadas de saber,eu queria falar de novo.
Ate que eu resolvi voltar à mesa,pq ja tava tarde e eu ia embora mesmo..No caminho,encontrei com um fotografo conhecido meu,e pedi pra ele subir comigo,pra tirar uma foto do pessoal,ja que ela nao estaria + lá. So que ele se perdeu de mim. Quando cheguei no fim da escada, encontrei uma amiga que tava na mesa indo embora,mas qnd ela me viu, começou a chorar e se sentou na mesa ao lado. Eu fiquei lá esperando ela. Queria saber o que foi. Eis que ela fala: "Eu tou chorando por tua causa.Tu sabe porque? Porqueeu nem vinha,mas tu quis tanto que eu viesse,que me esforcei pra vir. Mas na hora de tirar uma simples foto, tu sai. E deixa todo mundo surpreso. A maioria magoada contigo. Porque tu colocou ela na tua vida como se nada + bastasse. Tu pensa que nao doi te ver fazendo mil coisas por ela,tratando ela as mil maravilhas,sendo o Gustavo que todo mundo conheceu,mas que agora so existe pra ela? Tu ja percebeu como tu trata os outros? Tu quer que os outros se fodam. Faz coisas que ninguem acredita,e eu acho que sao sem querer pq EU te conheco. Mas magoa. Eu queria ta contigo hoje."
E eu fiquei parado,estatico. Todos que tavam na mesa sabiam do ocorrido. E eis que ela passa e dá a primeira palavra comigo..."Tu é todod assim,nem tirou foto comigo..". Caralho,fazendo aquela voz como se realmente importasse. Mas eu ja acho que é quela coisa so pra me manter por perto mesmo. Eu fiquei muito puto. E a minha amiga que tava chorando,parou e virou pra mim. Falou pra eu não ficar puto e pensar bem no que eu iria responder. Certo
Eu disse que era besteira dela. Ela respondeu: "Tu ta se afastando de mim..."
Passaram trilhoes de pessoas ali naquela hora,ainda bem,pra se despedir. Me tirou aquilo da cabeça por 5 minutos. O suficiente.
Eu virei pra ela...e falei....depois a gente conversa,ok?

Aí eu acordei....

do Bangulhus

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